segunda-feira, 23 de julho de 2007

Miguxês

Para surpresa dos amigos, conhecidos e familiares a Paula voltou do período de férias na praia namorando. Foi um choque, até para a própria Paula. Ela que sempre tinha sido a careta da família, tinha encontrado um cara legal no lugar que ela julgava ser o mais improvável possível, e em pouco mais de uma semana de carícias e juras de amor, passou a namorar firme.

Aos amigos, explicou que conheceu o Juliano, vulgo “Ju”, na beira do mar enquanto esse jogava vôlei de praia com os amigos. Ela tomou uma bolada, reclamou, mas pouco depois se viu encantada com o jeito meigo e com o efusivo pedido de desculpas do rapaz que tinha lhe acertado. Mais tarde o Ju chegou a admitir que tinha sacado a bola de propósito em sua direção, só para ter um motivo para conversar com aquela linda moça. Ela achou o gesto lindo, e no fim do dia já tinha dado o primeiro beijo no rapaz. Um recorde se tratando da Paula.

Segundo ela, ele era simples, bonito e, olha só, até um pouquinho inteligente. Já tinha perdido as esperanças de encontrar um homem assim. Se sentia eufórica com a descoberta que tinha feito. Estava gostando de um cara, gostando pra valer. Ele tinha lá seus defeitos, era verdade, mas não era nada digno de decepção de sua parte. Fazia tempo que isso não acontecia.

Os amigos, acostumados com o jeito Paula de ser, foram taxativos: cedo ou tarde, ela acharia um defeito e tudo estaria acabado. Nos bastidores, uma pequena bolsa de apostas foi feita à espera do motivo que a levaria ao fim do namoro. Quando soube, ela ficou escandalizada. Disse que todos quebrariam a cara. Aquílo era um amor sincero, amor de verdade. Além disso, segundo ela, já tinha convivido suficientemente com ele para afirmar que o conhecia a fundo. Ledo engano...

A ficha de Paula começou a cair dois dias depois que ela voltou de férias. O Ju continuou mais uns dias na praia, e eles ficaram de matar as saudades um do outro por e-mail, até ele voltar pra casa e poder ligar para ela como mandava o figurino.

Ansiosa pelo contato, acampou na frente do computador à espera de um sinal de vida do namorado. Ele veio, mas não podia ter deixado a Paula mais chocada. O conteúdo da mensagem em si não tinha nada de especial: era a típica e previsível conversa de namorados recém unidos. O que a deixou perplexa foi outra cosa: o miguxês.

***

oi AMOr...... tUdU BeM??!?!

Ki SAUDAdixXx kI Eu Tavah Di vc!!!!! kEriAH mTu pOde Tah aiH kONtIGU...... kase xXxOrEi QDu vc fOi eMbOrah......

logU logu A Genti Vai se Ve DINovU...i daIH vAmuxXx fICAH JUnTUxXx PrAh SemPrE...... sAbE pQ??!?! Pq Eu ti AMODOLu!!!!!

ti AmODOLU MTU!!!!!

bEIjInHuxXx!!!!!

*JuH*

***

Pânico. Era como se tivesse acabado de descobrir que tinha convivido aquele tempo todo com um ser estranho. Ela, logo ela, estava namorando um cara que escrevia em miguxês? Não era possível. Alguma coisa devia estar errada. Tinha que estar. Nunca tinha suportado aquele tipo de linguagem, muito menos quem se valia dela para se expressar. Ele podia escrever de qualquer forma: comer uma ou outra letra, conjugar um verbo e forma errada, cometer um “tropeço” de digitação aqui e ali, trocar um “ch” por “x”... qualquer coisa! Menos escrever em miguxês.

Esfriou a cabeça. Deve ter sido um engano, ou sei lá: alguém podia ter mandado um e-mail pra ela só de sacanagem, tentando abalar o romance recém nascido dos dois. Parou, pensou e respondeu da forma mais racional possível: fingiu que nada de errado tinha acontecido.

***

Amor,

Também estou com saudades. Quando é que você vai voltar mesmo? Semana que vem, né? Mal posso esperar!

Estou bem. Fique tranqüilo. Algo me deixou meio preocupada. Nada sério. Tenho certeza que é só besteira minha.

Logo estaremos juntinhos... eu acho!

Te amo!

Beijos apaixonados.

Da sua Paulinha.

***

A resposta veio um dia depois, e não podia ter sido mais desesperadora para a Paula.

***

AmOr!!!!!

u KI FOI Ki acOnTecEu...Hein??!?! FikEI pReOCupAdu!!!!! U ki EH KI taH DExXxAnU MINHAH FOfUxXxaH tRisteEnHah??!?!

FAltAm Soh AlguNxXx dIaxXx AMor...... VAi dah TUDu cERTU...VC vAI VE!!!!!

tI aMOdOlU MtU...1 TAntAUM AXXim...OH:

\____________________0____________________/

BEIjinHuxXx!!!!!

*JuH*

***

Era verdade: estava namorando um miguxo. Como é que podia ter cometido um erro daqueles? Amava ele, estava apaixonada, mas aquílo era demais para ela assimilar assim, de uma hora para outra. Tentava ser racional, tentava demonstrar frieza, paciência, mas sempre que pensava no “aMOdOlU” proferido pelo Ju, seu coração doía. Chutou a cautela para escanteio, e respondeu da maneira que julgava mais adequada para aquele momento. O namoro estava em crise, mesmo que o Juliano não se desse conta disso.

***

Ju:

Estou preocupada. Você pode achar que parece besteira, mas tem uma coisa que está me incomodando bastante: seu jeito de escrever. È, parece loucura, eu sei, mas a verdade é que estou desesperada à espera de uma resposta sincera de sua parte.

Afinal de contas: você é um miguxo ou só está escrevendo daquele jeito para fazer um “charminho”. Se for por charminho, pelo amor de Deus, pára com isso.

Aguardo resposta.

Paula

***

Pronto. Tinha enviado o e-mail. A resposta daquele correio eletrônico selaria os rumos do relacionamento dos dois. O final feliz deles dependia de uma resposta coerente do Ju. Se tivesse que ler mais um “aMOdOlU”, não agüentaria. Infelizmente, quando a resposta finalmente chegou, não pode conter sua decepção.

***

amOR!!!!!

u kI Eh miguxXxU...hEIN??!?! nauM ENteNDi u ki VC kIxXx dIZe!!!!! u KI eH kI Tem dI ERRAdeEnHU nU MEu jeItu DI escreve...heiN MinhaH fOfUxXxAH??!?!

toW PREoCupADu...viU??!?!

Ti AmOdOLU MtU...oK??!?!

VaMUxXx FicaH JuNtUxXx PrAh SeMPrE!!!!!

kIXXUxXx


*JuH*

***

A resposta da Paula fala por si só:

***

Juliano,

Está tudo acabado entre nós, desculpe.

A culpa não foi sua, acredite. A culpada sou eu. Eu é que não consegui me adaptar a esse seu jeito “fofo” de escrever. Ou melhor... você tem culpa sim, mas isso não vem ao caso agora.

O fato é que nunca suportei miguxos. Desculpa, mas é verdade. Isso é demais pra mim, não pude assimilar, entende? Não... provavelmente você não vai entender.

O fato é que acabou. Foi bom enquanto durou, mas acho que me precipitei um pouco quando começamos a namorar.

Peço perdão por colocar fim ao nosso namoro dessa forma, tão repentinamente, mas juro para você que não suportaria ouvir mais um “AmOdOLU” e... bem... como já falei, provavelmente você não vai me entender.

Por favor, não me procure mais.

Bom futuro para você Juliano.

Si cuida.

Paula

***

Os amigos, quem diria, compreenderam o fim do namoro e apoiaram a decisão da Paula. Um miguxo não era digno de confiança. O Juliano bem que tentou entender o que tinha feito de errado, mas não conseguiu.

-onDI fOI ki eU eRREi??!?!

domingo, 8 de julho de 2007

Tagarela

E eis que ciência derruba mais um mito que imperava no bom senso popular: segundo uma pesquisa realizada por cientistas de uma universidade do Arizona, nos EUA, os homens falam tanto quanto as mulheres. Durante oito anos, esses especialistas gravaram trechos de conversas de grupos masculinos e femininos, a fim de estabelecer uma comparação. O resultado final apontou que o número médio de palavras ditas por ambos os sexos é estatisticamente equivalente. Ou seja: o velho preconceito de que as mulheres são infinitamente mais tagarelas que os homens, caiu por terra.

Para quem se interessar, a matéria completa pode ser lida no portal de notícias G1, clicando aqui.

De fato, a pesquisa é uma arma poderosa na mão das representantes do sexo feminino. Está cada vez mais difícil para nós homens apelar para a ciência em defesa de nossos argumentos supostamente machistas.

O Arnaldo é prova viva disso:


***

-Arnaldo! Lê isso daqui! O que você tem a me dizer, hein?

O Arnaldo tomava o café da manhã tranqüilamente quando sua esposa, a Verônica, lhe enfiou o jornal na frente do rosto com um ar triunfante. Ele demorou um pouco a entender o que tinha acontecido. Correu os olhos pela página do jornal e se deparou com a manchete do caderno de ciência: “Pesquisa revela: homens falam tanto quanto as mulheres”. Imediatamente se lembrou da noite anterior. Estavam na casa de um casal de amigos, jantando, quando a verônica desandou a falar e não parou mais. O Arnaldo tentava conversar com seu velho amigo, mas era intimidado pelo diálogo fervorosamente empolgado da dupla feminina da mesa. Aquílo tinha lhe deixado inconformado. Na hora olhou para o Paulo (o dono da casa), deu de ombros e sem dizer nenhuma palavra, declarou com os olhos ao colega: “Fazer o que? São mulheres...”

Na volta para casa desabafou: disse poucas e boas para a Verônica. Como é que pode alguém ser tão faladora? Alegou que tinha passado vergonha na casa do amigo. Que estava casado com a “rainha da tagarelândia”. Ela ficou revoltadíssima. Não admitia ser chamada de tagarela, sobretudo por seu próprio marido. Ele retrucou dizendo que perdoava ela, afinal de contas, todo mundo sabia que mulheres são faladoras por natureza. Aquílo doeu na alma da Verônica. Jurou a si mesma que ia se vingar daquela insinuação machista.

E eis que, no dia seguinte, quando abriu o jornal, ela se deparou com a boa nova. Era o destino. Tinha o argumento que precisava para provar para o Arnaldo que não era tagarela. Não pensou duas vezes: levantou da cadeira e foi ao encontro do marido para questionar seus argumentos machistas.

-Anda Arnaldo! Fala alguma coisa!

-Legal!

-Como assim, “legal”? Cadê aquela história de que nós mulheres somos falantes, hein? Porque você não fala agora aquílo que tinha me dito ontem? Quem ouvisse você falando ia achar que eu sou a maior faladora da paróquia. Como é que você disse mesmo? Rainha da língua solta? Não... não era isso! Ah, lembrei: rainha da tagarelândia! Aquílo me doeu Arnaldo. Não se fala isso para uma mulher. Não se faz uma insinuação dessas. Você sabe muito bem que eu nunca fui de falar muito. Sempre fui contida, na minha. Mas você não tava nem aí, né? Preferiu ser machista! Preferiu me acusar de ser algo que eu nunca fui! Vejam só... tagarela! Você me chamou de tagarela Arnaldo. Isso não se faz. Sabe o que eu devia fazer? Pegar um gravador, colocar ele na sua camisa, e gravar quantas palavras você fala por dia! Não ia ter fita que chegasse, né Arnaldo? Você que fala demais e eu que sou a tagarela! Ora, vejam só! Eu disse que você ia me pagar Arnaldo. Eu disse! Você vai se arrepender e...

-Veja bem amor...

-Shhhhhh... Não me interrompa! Quem está falando agora sou eu! Você vai ficar aí, sentado, ouvindo! Tava querendo me interromper, né? Tá vendo só? Olha como você é tagarela! Mal me deixou falar, e já ia tentando me interromper. Mas hoje não Arnaldo. Hoje você não vai abrir essa sua matraca. Vai me ouvir. Me ouvir quietinho. Só vai falar quando eu deixar. A ciência está ao meu favor. Tenho argumentos. Agora, não importa o quão machistas sejam os seus comentários, eu tenho como retrucá-los. Como é bom ter a teoria a nosso favor. Você queria ter esse trunfo, não queria? Queria poder ter um jornal com a manchete “Pesquisa aponta: mulheres falam de duas há três vezes mais que os homens”. Você queria, né? Daria qualquer coisa para ter um jornal com uma manchetes daquelas para poder esfregar na minha cara! Não é verdade, Arnaldo? Queria... queria, mas não tem! Quem tem sou eu! Quem pode provar seus argumentos sou eu, não você! Isso dói, né Arnaldo? Como deve ser chato perceber que se está errado! Não queria estar no seu lugar agora. Não queria mesmo! Ouvindo sua própria esposa lhe dar uma lição de moral. Sua própria esposa provando que você estava errado. Anda Arnaldo. Tem alguma coisa pra falar? Estou louca pra ouvir o que tem a dizer! Quais seus argumentos agora, qual será sua defesa. Vamos Arnaldo: o que tem a me dizer?

-Nada...

-Como nada? O gato comeu sua língua? Não tem o que dizer, né? Sabe que eu estou certa. Sempre soube. Sabia que eu não era tagarela, mas mesmo assim fez questão de me acusar. Você me dá pena Arnaldo. Sabe o que é sentir pena de alguém? Não sabe, não é? Se soubesse não teria dito aquílo. Você não teve pena de mim ontem. Se tivesse sentido pena, saberia o tamanho da pena que eu estou sentindo. Que pena, né? Você sabe que eu odeio mentiras Arnaldo, e mesmo assim você mentiu pra mim ontem. Mentiu não: me humilhou! Usou um argumento baixo, machista. Bem que minha mãe tinha me dito que você era assim, que era pra eu tomar cuidado. Tinha me falado: “olha minha filha: esse homem não é tudo isso que você pensa”. Mas eu não ouvi, estava apaixonada. Sempre estive. Sempre dei o melhor de mim pra você: o melhor carinho, o melhor humor, as melhores fases da minha vida... e como você me retribui? Me chamando de “rainha da tagarelândia”. E se fosse verdade pelo menos, tudo bem! Eu sei admitir meus defeitos. Mas falar demais nunca foi do meu gênero. Sempre fui contida, sucinta. Aliás, acho que estou me tornando até mais contida do que antes, graças à idade. Sinto que estou mais serena. Mas você não sente isso não é Arnaldo? Você só soube me qualificar de uma maneira leviana. Isso machuca, sabia?

Nessas alturas o Arnaldo nem ouvia mais o que era dito pela Verônica. Estava entretido lendo o jornal. Por sorte, reparou que ela tinha parado de falar, e teve tempo de balbuciar a primeira coisa que veio à sua mente.

-É, né?

-É sim Arnaldo, é sim! Que bom que admite isso. Pelo menos isso, né? Espero que tenha percebido o tamanho da calúnia que cometeu. Esses seus conceitos machistas estão errados! Será que não percebe isso? Será que todas as vezes que você inventar uma mentira eu terei que usar a ciência pra te provar o contrário? Acho que não, né? Não iria ser legal, não é? Eu imagino como você deve estar se sentindo agora. Deve estar pensando: “Poxa! Como eu fui idiota. Não devia ter dito uma besteira daquelas. Não é isso? Não é assim que você se sente? Arnaldo? Arnaldo??

Distraído novamente:

-Mmmmm?? Sim, sim!!

-Então... mas quer saber? Eu vou te perdoar. É Arnaldo, eu vou te perdoar. Você já foi castigado como merecia. A ciência está do meu lado. Eu não tenho culpa de ser coerente. Além do mais, apesar de tudo, apesar de você ter me chamado mentirosamente de tagarela, de “rainha da tagarelância”, eu ainda te amo. Sempre te amei. E não vai ser uma pisada na bola sua que vai acabar com esse sentimento. Mas eu espero realmente que isso tenha te servido de lição. Espero que tal situação nunca mais se repita. Espero que das próximas vezes você meça suas palavras. Perceba o quanto isso é estúpido. O quanto sua afirmação foi infundada. Você atentou contra a minha dignidade, contra a reputação de todas as mulheres desse mundo! Ouviu bem? Do mundo!! Mulheres tagarelas? Não Arnaldo... mulheres e homens tagarelas! Tagarelas em igualdade. Equivalentes em tagarelice. Assim são homens e mulheres. Iguais, ouviu bem? Idênticos, semelhantes. Fora o lado biológico, o resto é igualzinho! Não tem diferença nenhuma. Mas eu te perdôo Arnaldo. Está perdoado.

-Obrigado...

-Sabe? Hahahaha... eu estava pensando... chega até a ser engraçado! Tagarela, eu? Hahahahahaha... só rindo mesmo! Você inventa cada uma, Arnaldo. De onde você tira isso? Hahahaha... ai ai! Tagarela, hein? Ah Arnaldo... como você me dá pena! Sorte a sua que eu sou tolerante! Que eu não fico grilada com esse tipo de coisa. Será que algum dia você vai abrir o jornal e dar de cara com uma manchete que confirme seu ponto de vista? Será Arnaldo? “Pesquisa aponta: os machistas sempre estiveram certos”. Difícil, né Arnaldo? Mas não perca as esperanças... quem sabe um dia isso aconteça! Hahahaha

A Verônica gargalhou, se virou e foi embora triunfante. O Arnaldo suspirou conformado, e perguntou para si mesmo: “mulheres... quem entende?”.

Ninguém Arnaldo... ninguém!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Memória

O cérebro da gente é um bicho esquisito. Quando você pensa que o conhece, ele vai lá e te surpreende. Como assim? Eu explico.
Dia desses uma amiga minha me passou um link de um joguinho na net chamado Flash Pops. A proposta é simples: ouvir pequenos trechos de músicas e dizer à trilha sonora de qual filme ela pertence. No total, 64 questões esperando pela resposta certa.
Na hora pensei: “não acerto nem um quinto das questões”. Sempre julguei minha memória como fraca, ainda mais quando o assunto é música. Sou daqueles que não lembra nem do nome da canção favorita. Mas, para minha surpresa, não é que numa primeira passada eu matei 64% das questões? O mais curioso é em certos filmes eu simplesmente acertava o nome mesmo sem saber de mais nenhum detalhe do longa. A pergunta é: como é que eu sabia isso? Nem imagino. O fato é que, motivado, eu parti pros 100%. Com uma ajuda aqui e acolá de alguns amigos, e com a intervenção indispensável do Google, fui matando questão por questão até atingir os 100%. Ganhei o dia, tamanha a felicidade de ter “zerado” o joguinho.
Como eu sei que acertar tudo não é fácil, e que exige uma boa dose de paciência, resolvi facilitar a vida de todo mundo. À seguir, estão distribuídas dicas para ajudar quem quer matar todos os 64 trechos de trilha sonora.
Bom divertimento!

Clique aqui para entrar no jogo (dica: Abra numa nova janela ou aba este blog antes de clicar no link para que possa ler as dicas e jogar ao mesmo tempo).

1- Clássicão dos anos 80. Fantasmas, Bill Murray e Dan Aykroyd. Moleza!
2- Não precisa ser nenhum agente secreto para descobrir essa. Fácil, muito fácil.
3- Impossível não acertar! Precisa de dica? Tom Cruise atuando e Brian de Palma na direção.
4- Música tema das olimpíadas? Não. Película de 1981, com Ian Holm e Alice Krige.
5- Todo cara que já namorou algum dia já foi obrigado pela namorada a assistir esse filme, o que não é tão ruim se levarmos em conta que Demi Moore está presente. História de amor metafísica. 1990.
6- Tom Hanks ganhou um Oscar por esse longa. O nome é dito durante o trecho da música. Até eu que não entendo bulhufas de inglês acertei sem dificuldades.
7- Um dos ícones de Alfred Hitchcock. A cena clássica é uma em que a mulher está tomando banho e o cara se aproxima com uma faca. Falar mais do que isso é entregar o nome.
8- Filme que revelou Sylvester Stallone ao mundo. Teve cinco seqüências além do original. Leva um soco quem não acertar.
9- Bervely Hills, Eddie Murphy, tiroteios constantes e piadas cretinas pra todo lado. Comédia policial.
10- Filme brasileiro sobre dois cantores sertanejos. Como a variedade de películas assim é infinita, provavelmente vocês terão dificuldade em acertar (P.S.: estou sendo irônico).
11- Criaturas bonitinhas, que após entrarem em contato com água, viram monstros assassinos. Não, não me refiro à sua namorada na TPM. Comédia com traços de terror. Teve uma seqüência. 1984.
12- Um meteoro entra em rota de colisão com a Terra. A solução? Chamar um perfurador de poços de petróleo (?) e manda-lo para o espaço para que possa abrir um rombo no cometa, introduzir ali uma bomba atômica, e salvar o mundo. Será que sou só eu que achei a história forçada? Bruce Willis, Liv Tyler e Ben Affleck.
13- Futuro próximo, Mel Gibson e motoqueiros desordeiros. Pouco? 1979.
14- Primeira pedreira. Sofri horrores pra descobrir esse. 1957, história de guerra. Envolve uma ponte. David Lean na direção. Difícil, né?
15- Clássico. Quem não se lembrar do filme, deve se recordar do desenho animado. 1963, com direito à indicação ao oscar.
16- Chorei assistindo esse quando era muleque. Envolve uma menina, um garoto, uma funerária no porão de casa e uma porção de abelhas. Lembram do Macaulay Culkin? Pois é... ele estava lá!
17- Diz o ditado que clássicos não morrem. Esse é um clássico trash, que fala de um cara imortal. Coincidência? Com Christopher Lambert e Sean Connery.
18- Um arqueólogo, nazistas e relíquias. Aventura do início ao fim. Com Harisson Ford.
19- Tropa de elite da policia (seria isso mesmo ou estou viajando na batatinha?). O longa é recente, de 2003, mas tinha uma série antiga de TV que já abordava as peripécias desses caras. Com Samuel L. Jackson e Colin Farrell.
20- Essa é difícil. Alunos rebeldes numa escola da periferia americana tocam o terror. O que eles não contavam era com a chegada de uma loira nervosa interpretada por Michelle Pfeiffer. Aí o bicho pegou. 1995.
21- Quem nunca assistiu esse filme na Sessão da Tarde, provavelmente tem menos de um ano, ou faleceu antes de 1986. Comédia com Matthew Broderick.
22- 1952, Gene Kelly. Musical indicado a dois Oscars. Você já deve ter ouvido falar.
23- Musical dos anos 80. 1983 pra ser mais exato. Demorei horrores pra acertar essa. Adrian Lyne na direção. Fácil? Nem tanto...
24- Quem não acertar essa, definitivamente não é desse planeta. Umas das obras primas de Spilberg.
25- Gomes, Tropeço, Vandinha, Mortícia e tantos outros personagens bizarros. Adaptação de um desenho animado. Teve uma seqüência. Raul Julia no elenco.
26- Esse sim tem o direito de ser chamado de clássico. Garoto que aprende a lutar karatê com um senhor japonês. Com Pat Morita.
27- Mais um do Spilberg. Um “bichinho aquático” aterroriza uma cidade litorânea do EUA. 1975.
28- O maior filme de ficção cientifica que eu já vi. Ou melhor: o melhor filme de ficção científica que todo mundo já viu. Direção do genial Stanley Kubrick. 1968.
29- Um épico sobre a luta pela liberdade na escócia, protagonizado por um ator australiano. Contraditório? Não nesse longa de 1995, que inclusive arrebatou o Oscar de melhor filme.
30- Um dos maiores sucessos da história do cinema. Uma história de amor em plena Guerra Civil Americana. Com Clark Gable.
31- George Lucas, efeitos especiais revolucionários, e uma série que já começou na quarta parte. Facílimo.
32- Musical do final da década de 70, retratando adolescentes da década de 50. Sua mãe já deve ter visto. Rock, John Travolta e um bocado de gente dançando.
33- Como é que você vem no meu blog e não mostra respeito, não diz um “olá padrinho” quando entra? Que tipo de visitante é você? Enfim... esse longa é considerado por alguns críticos como o de melhor roteiro da história do cinema. Elenco de peso, encabeçado por nada mais nada menos do que Marlon Brando.
34- Santa falta de memória, leitor! Como é que você não se lembra de que filme pertence essa trilha sonora? Para facilitar: versão do diretor Tim Burton para um dos mais famosos heróis de quadrinhos da história.
35- Comédia romântica protagonizada pela polivalente Julia Roberts há exatos 10 anos atrás. Envolve casamento... e amizade.
36- Um homem de baixo QI que adora contar suas histórias de vida num banco de praça. Minha auto biografia? Não! Oscar de melhor filme, e melhor ator para Tom Hanks.
37- Um dos maiores clássicos-românticos-piégas-brega do início dos anos 90. Kevin Costner e Whitney Houston formaram a dupla de pombinhos.
38- Putz... quem não souber essa merece estar dentro de um navio que bate num iceberg e afunda.
39- Essa é difícil. Nove pessoas, moradoras de uma mesma região, tem seus destinos cruzados. Entre essa turminha estão Tom Cruise, Julianne Moore e Phillip Seymour Hoffman. Ainda não matou a charada? Talvez se você pensar numa chuva de sapos, as coisas fiquem mais fáceis...
40- Mais um do Spilberg. Depois de falar de bichinhos do espaço, e do fundo do mar, é a hora dele investir em “monstrinhos pré-históricos” nesse filme. Um dos maiores sucessos de público dos anos 90.
41- A Jamie Lee Curtis deve ter um arrepio toda vez que ouve essa música. Filme de terror clássico, repleto de seqüências bizarras. Sabe aquele monte de cenas clichês que nem te assustam mais? Pois é... foi aqui que boa parte dessas “fórmulas de susto” surgiram. 1978.
42- O que seria da Sessão da Tarde sem esse filme e suas duas brilhantes seqüências? Michael J. Fox, Christopher Lloyd e um Delorean invocado que marcaram época na história do cinema. Da até vontade de voltar no tempo.
43- O nome desse longa, é sinônimo de “cara galanteador”. Assim como eu (quem vê pensa, né?). Johnny Depp e Marlon Brando. E a mulherada vai ao delírio...
44- Adaptação para o cinema de uma das séries de maior sucesso na história da tv americana. Naves espaciais, aventuras intergalácticas, e um comandante orelhudo. 1979.
45- Musical envolvendo o amor de uma ex-noviça com seu patrão. Julie Andrews, Christopher Plummer e o Oscar de melhor filme. 1965.
46- Quentin Tarantino e sua obra prima. A fórmula do sucesso: misture gângsteres, um boxeador e assassinos profissionais interpretados por um elenco de peso e pronto! Teremos um dos maiores ícones do cinema nos anos 90.
47- Longa com o mais poderoso super-herói já criado. Pelo menos é o que dizem os criadores desse filme. Pode até ser o mais poderoso, mas certamente não é o mais organizado. Afinal de contas, usar cueca por cima da calça não é uma das coisas mais incríveis que um cara pode fazer.
48- Um motorista negro que faz sucesso com sua clientela. Estamos falando do novo fenômeno da Fórmula 1, o inglês Lewis Hamilton? Não, nada disso. Trata-se de um filme de 1989 protagonizado por Morgan Freeman.
49- Outro clássico musical dos anos 80. Um cara da cidade grande sofre preconceitos quando tenta dançar numa cidade de interior. Kevin Bacon é o rapaz em questão.
50- Made In Brazil. Fernanda Montenegro quase levou um Oscar pelo brilhantismo apresentado nesse filme de Walter Salles.
51- Policiais, humor, ação e um elenco quase inalterado durante as 7 sequências que teve. Pronto: eis a mistura que criou um dos ícones da comédia cinematográfica americana dos anos 80. Filme original de 1984. Com Steve Guttenberg.
52- Uma das mais lindas histórias de filmes de animação já feitas. Leões, hienas, tucanos, macacos, insetos e uma dupla composta por um suricate e um javali que roubam a cena. Lembrou? “Os seus problemas, você deve esquecer”.
53- Das antigas. O gerente de um clube noturno reencontra uma antiga paixão que agora namora com seu melhor amigo. Encrenca na certa, né? Um dos filmes mais ousados daqueles tempos, com forte apelo erótico. Ousadia para àquela época, que fique bem claro. 1943, com Rita Hayworthm.
54- A própria música entrega o nome do filme. Se o seu ouvido não é dos mais potentes, fica a dica: dois policiais atrás de um carregamento de heroína. Eles não são bons garotos. Com Will Smith e Martin Lawrence.
55- Toma um “fatality” quem não acertar essa. Adaptação (tosca) de um dos maiores games de luta já criados.1995.
56- Um jovem piloto de aviões e suas aventuras no ar, com um caça, e na terra, com uma loira de parar o trânsito. Tom Cruise, em mais um sucesso dos anos 80.
57- Uma ficção científica metida à comédia com Will Smith e Tommy Lee Jones. Precisa mais? Alienígenas. Mais? 1997. Teve uma seqüência.
58- Os horrores de uma guerra estúpida (se é que existe alguma que não seja), sob os olhos de um jovem recruta americano. Grande filme. Oliver Stone na direção.
59- John Belushi e Dan Aykroyd, interpretam dois irmãos recém saídos da cadeia que precisam arrecadar uma grana para pagar a dívida de um orfanato antes que ele feche. Comédia musical de 1980.
60- Olha o elenco: Xuxa e Sérgio Mallandro. Precisa dizer mais? Romance, “Made In Rainha dos Baixinhos” de 1990.
61- Mais um musical. Uma babá muito especial diverte e ensina seus queridos anjinhos. 1964 com Julie Andrews no elenco.
62- Qualquer um que já se aventurou numa balada “anos 70”, certamente já se deparou com inúmeros elementos desse filme. Um dos (senão o maior) sucesso da carreira de John Travolta. 1977.
63- Denzel Capital dos Estados Unidos Washington, interpreta um boxeador que ficou preso por 20 anos por um crime que não cometeu. O nome completo do longa em português é um clássico da redundância. 1999.
64- Um dos últimos grandes sucessos de público do cinema mundial. A terceira parte do filme estreou a bem pouco tempo nos cinemas brasileiros. Johnny Depp e Orlando Bloom. Mais uma garrafa de rum, por favor.

Balanço 3

Finalmente livre. É assim que me sinto depois de ter enfrentado um dos meses mais estressantes de minha vida. Tudo deu errado, mas no fim das contas, tudo deu certo. Contraditório, né? Acredite: você também estaria assim se tivesse passado pelos mesmos perrengues que passei (ô menino dramático, hein?)
A verdade é que estava contando os dias pra me ver livre das aulas da faculdade. Não que eu não estivesse gostando da experiência. O fato é que estava tendo um trabalho danado para conseguir conciliar as atividades promovidas pelos professores com o resto de minha vida. O resultado dessa situação era um cansaço permanente, e um mau humor persistente. Tudo o que eu precisava era de tempo livre para pôr meu cérebro num balde com gelo.
Não, eu não terminei o curso se é o que querem saber. Apenas tirei férias. Acabei de chegar na metade dos quatro anos previstos de graduação. A partir de agora, só faltam dois.
O fato é que terei um mês inteiro para descansar meus neurônios, e por este blog em dia. Não que ele não esteja. O problema é que duas postagens por mês é um número baixo demais, até para um cara preguiçoso como eu.
De qualquer forma, escrevo para agradecer a todos pelo carinho e a atenção que me dedicaram nesses últimos tempos. Se imaginasse que ter um blog faria com que me aproximasse tanto de velhos amigos e me proporcionasse conhecer tanta gente nova, teria criado um desses há mais tempo.
Minha média de leitores aumentou. Nada que seja digno para uma indicação à Academia Brasileira de Letras, mas já estou bem feliz. Prova de que, por incrível que pareça, tem gente que admira meus devaneios. Isso me deixa feliz, de coração.
Tenho novas idéias para esta espelunca. Tenho pensado em criar “sessões” novas. Sempre quis falar de cinema, por exemplo, mas nunca tive saco (entenda-se por tempo útil) para escrever minhas “críticas”. Verei se nas próximas semanas dou o pontapé inicial nessa nova empreitada. Outro assunto que quero começar a dar mais atenção é referente ao universo dos blogs. Comecei a pesquisar a respeito do assunto, e acho que vale a pena destacar bons representantes da biosfera bloguística periodicamente por aqui. Estou considerando inclusive, a hipótese de trabalhar com esse tema na minha tese de graduação na faculdade (é assim que se fala?). Enfim: devaneios, devaneios...
Outro dos assuntos que merece destaque: fui premiado... duas vezes!! Não, ainda não se trata do Nobel de literatura (veja bem: AINDA não), mas já foram congratulações mais do que bem vindas, que me deixaram extremamente feliz.
O primeiro deles foi oferecido pela minha velha e boa (sem trocadilhos) parceira, a Kaká. A moçoila em questão me concedeu o prêmio de uma das “7 maravilhas da blogosfera”. O nome do prêmio por si só já indica o tamanho da honraria. Ser considerado um dos sete blogs preferidos de uma das mais bem relacionadas blogueiras que eu conheço, é algo sem dúvidas gratificante.
Já o segundo deles, foi oferecido pelo meu novo parceiro, o Oscar. Nós mal nos conhecemos, e ele me entrega o “Thinking Blogger Awards”, prêmio concedido aos blogs que, segundo a teoria, fazem pensar. Mais uma vez, fiquei extremamente feliz. Ser lembrado logo de cara por um novo parceiro, é algo raro, e formidavelmente agradável.
Aos dois, não posso oferecer muito mais do que um clássico porém sincero muito obrigado. Se estivessem por perto, faria questão de pagar uma rodada de tubaína para ambos. Quem sabe um dia isso não seja possível, hein? Agradeço muito a lembrança. Prometo continuar tentando ser digno da companhia e da “audiência” de vocês.
É isso pessoal. Lá se foi a minha criatividade por hoje.
Beijo no cérebro!
Passar bem!




"7 maravilhas da Blogosfera" e "Thinking Blogger Awards": meus dois primeiros prêmios. Nobel de literatura: me agurde!