domingo, 20 de maio de 2007

O blog ainda pulsa

Aviso aos navegantes: sim, eu estou vivo. Digo isso pois foram inúmeras as reclamações acaloradas que surgiram nas últimas semanas a respeito da falta de atualização dessa espelunca que eu chamo de blog. Fiquei surpreso. Só faltaram ligar aqui em casa dando as condolências para minha família. Bastou eu ficar algumas semanas sem escrever aqui, para que uma porção de gente achasse que tivesse acontecido algo de errado comigo. Algo como um acidente, um seqüestro ou uma abdução. É nessas horas que a gente percebe a quantidade de leitores que tem. E admito, num misto de orgulho e surpresa: não são poucos.

Porque não atualizei? Pelo tempo, ou melhor: pela falta dele. Acreditem: minhas últimas semanas foram frenéticas, estressantes. Trabalho, estudo e vida pessoal se misturaram, e foi difícil arranjar horas vagas para o exercício dos meus devaneios literários frustrados. Aliás, a última coisa que eu pretendia ver nas minhas horas em casa era um computador. Entrava no meu quarto cabreiro, virando a cara para não ter que olhar para aquela maldita CPU.

As idéias surgiram como sempre. Algumas, infelizmente, não agüentaram a espera e foram embora antes que eu pudesse eterniza-las no blog. Com sorte, talvez elas voltem um dia. Outras ainda continuam guardadas, e estão na fila para serem produzidas por essa minha imaginação doentia. Só me faltam agora, horas livres e ânimo.

Não sei se vocês já pensaram nisso, mas bem que poderia existir uma loja que vendesse tempo. Segundos, minutos e horas embaladas em pacotinhos, prontos para serem levados para casa por todas aquelas pessoas que não dão conta de fazer tudo o que precisam só com as 24 horas diárias que tem a sua disposição. Aí sim seria justo: juro que torraria meu salário na aquisição de dias livres para pôr todos os meus planos em prática.

Eu sei que não existe. Mas não custa nada sonhar.

-Olá!

-Olá...

-O que o senhor deseja?

-Preciso de tempo!

-De quanto precisa?

-É pra terminar um trabalho... acho que umas duas horas bastam!

-Não quer levar mais alguns minutos pra garantir?

-Sabe que eu acho uma boa idéia? Quero mais uns 30 minutos!

-Boa escolha! Mais alguma coisa?

-Não... só isso mesmo!

-Embalo para presente?

-Não! É pra uso próprio!

-Ok... o senhor já tem o nosso cartão?

-Não!

-Gostaria de fazer um? Com ele o senhor acumula segundos que podem ser trocados por minutos conforme for lhe usando! Quanto mais você compra, mais minutos ganha!

-Eu não gosto muito de cartões!

-Mas não é só isso! O senhor ainda concorre a uma bolada de um ano livre todo mês!

-Não, obrigado! Fica pra próxima...

-Ok... Aqui estão suas horas!

-Ótimo... quanto lhe devo?

-Isso...

-Tá caro hein?

-Está sim! Essa queda do dólar está elevando muito os preços!

-Pois é, estou vendo! Isso daqui está pela hora da morte!

-Tempo é dinheiro! Mas o produto é de qualidade!

-Tomara que sim! Por esse preço tem que ser mesmo! Aqui está o pagamento... obrigado!

-Disponha! Tenha um bom dia!

-Ei, moço!

-Sim?

-Essa hora aqui só tem 53 minutos!

-Deixe-me verificar, com licença!

-Pode ver!

-Realmente essa hora está mais curta do que deveria ser! Perdão! Deixe-me trocar ela pro senhor!

-Ok!

-Aqui está, desculpe o transtorno!

-Imagina... acontece! Tenha um bom dia!

-Um bom dia para o senhor também!

Enquanto esse dia não chega, aproveito minhas horas da melhor forma possível. É bem verdade que tenho me dado ao luxo de abrir mão de cumprir algumas tarefas ultimamente só para poder colocar meu cérebro num balde com gelo e relaxar. Se não fizer isso eu entro em pane.

Sendo assim, agradeço a todos os amigos e amigas que me visitam e me incentivam a seguir em frente com esse blog. Me desculpo também, com todos os meus blogueiros parceiros. Quase não tenho feito visitas, nem deixado comentários. Peço que tenham paciência. Logo voltarei a dar a atenção merecida a todos os que gostam de dar uma passadinha por este espaço. É questão de honra!

Para ilustrar minha atual condição de desespero temporal, me despeço com um velho sucesso dos mineiros do Pato Fu. A Música “Sobre o Tempo”, ao vivo, tocada em dueto com a banda “Trash Pour 4” no fim do ano passado em São Paulo.

Se demorar a voltar, não se preocupem. Provavelmente estarei soterrado por aí em meio a tarefas.

Isso me lembra aquela velha marchinha de carnaval....

“Ei! Você aí! Me dá uma horinha aí, me dá uma horinha aí!”