sábado, 27 de janeiro de 2007

Apresentações

Dizem que a primeira impressão é a que fica. No meu caso, essa foi uma regra que nunca me favoreceu. Sou do tipo tímido, daqueles que ruboriza até para dar um oi. Aliás, “ruborizar” é bondade de minha parte. Sou daqueles que fica vermelho sangue, parecido com um pimentão (dos vermelhos, é óbvio...). Na 5º série tive um professor que até tentou me apelidar de “tomatildo”, tentativa frustrada, felizmente.

O fato é que não sou bom para apresentações... nem todos tem paciência para dar tempo ao tempo e conhecer o verdadeiro José, escondido sobre uma grossa e espessa camada de vergonha. Esse talvez seja o meu ponto fraco, o que necessariamente não deixa de ser uma boa coisa, já que afinal, só gosta de mim quem me conhece de verdade.

Dito isso, acho que posso partir para as apresentações derradeiras: muito prazer, eu sou o José. José Luiz Sykacz, o feliz proprietário de um nome composto. Nome composto com sobrenome difícil. Sykacz. Se pronuncia “sicas”. José Luiz “sicas”. Já perdi as contas das vezes em que tive que dizer o nome completo e ouvi um “hein???” como reação imediata ao meu sobrenome...

-Nome?

-José Luiz.

-Sobrenome?

-Sykacz.

-Hein???

-Sykacz... s, y, k, a, c, z!

-S, y, k e o que?

-C, z...

-Ah tá... pronto seu José, assine aqui!

Ao me deparar com o formulário eu vi que ao invés de “Sykacz” a moça tinha escrito “Skaxcy”. Normal... mais comum do que parece. Tem um cara no meu trabalho, no setor de RH, que toda a vez que vou buscar um documento me faz a mesma pergunta.

-Seu nome é...

-José Luiz.

-Tá... José Luiz... José Luiz... aqui, achei! José Luiz Si... Si... como é que é?

-S, y, k, a, c, z! Se pronuncia “sicas”...

-Hahaha... que nome difícil, hein?

-Pois é...

-É estrangeiro?

-Polaco...

-Eu sabia... hahahaha! Tinha que ser polaco...

-Pois é...

-Tá aqui o documento. Assine aqui senhor... sii...

-Sykacz...

-Isso!! Eu sabia! Hahahaha

-Obrigado, viu?

-De nada Silva... quer dizer: “Siuca”... hahahahaha

E lá vou eu pelo corredor fingindo que achei graça. No mês que vem vai ser a mesma coisa, eu garanto.

Em contrapartida, se meu sobrenome é difícil, o mesmo não pode ser dito do meu nome: José, vulgo Zé. Podem me chamar assim, eu gosto. Pode parecer exagero, mas nenhum nome serve melhor para me definir. Sou um Zé, pronto, já basta. Um cara simples, comum... feliz. O típico Zé. O Luiz é brinde.

Pra que é que eu estou criando um blog? Não sei... juro que não sei. Lembro que da primeira vez que eu ouvi falar disso, foi num tele jornal. Eu cheguei a rir da proposta: “criar um espaço na internet para divulgar situações cotidianas, uma espécie de ‘diário virtual’”. Aquilo era coisa de patricinha. O que eu não sabia era que com a popularização constante da internet, o segmento de blogs passou a ter uma utilidade muito mais ampla do que a de ser um simples diário, inclusive para o ramo jornalístico, ao qual, com muito custo, eu estou tentando me inserir. Essa passou a ser uma possibilidade real de divulgar e difundir idéias, pensamentos, conhecimentos e demais inutilidades intelectuais criadas por mentes doentias e insanas como a minha.

Sendo assim, resolvi aderir. Usarei esse espaço para postar tudo aquilo que fica pipocando em minha cabeça, e que me vejo obrigado regularmente a passar para um papel: serão crônicas, críticas, desabafos, dicas, receitas culinárias... o mundo irá conhecer o jeito Zé de ser.

Se você já me conhece, seja bem vindo. Se você não me conhece, seja bem vindo também. Se gostou do que leu, obrigado! Se não gostou, obrigado também. Apenas deixo claro que o que escrevo aqui não é feito para agradar, ou para pregar a filosofia de “como o Zé é 'fódão'”. Sempre tive um medo danado de divulgar meus pensamentos por considerar que poderia estar fazendo pose de menino intelectual, coisa que definitivamente eu não sou. Apenas acho que será mais lucrativo pôr meus escritos aqui, do que arquivá-los em uma gaveta qualquer. Escrevo apenas para desabafar, libertar minhas idéias das paredes de minha imaginação. Gostar ou não, já é outra história... sou um escritor medíocre, eu sei, mas sou persistente (ou canalha) o bastante pra continuar escrevendo.

Vou tentar atualizar isso periodicamente. Vou tentar. O tempo ultimamente anda curtíssimo. Ainda acredito que depois da terceira postagem ficarei de saco cheio, com preguiça, e largarei esse treco. Se vocês lerem a quarta postagem, é porque resisti a tentação e provavelmente continuarei postando.

Acho que é isso. Explicarei o resto com o tempo. A princípio, pra um primeiro encontro, para uma apresentação, já está de bom tamanho. Não é verdade?